Vou começar essa review de uma maneira um pouco diferente. Quero de antemão pedir desculpas caso minha opinião ofenda alguém, não levem para o lado pessoal, mas acho que já passou da hora do fandom de Glee passar por um choque de realidade. Dito isso, vamos em frente.
A primeira coisa que eu queria dizer é que se você não achou esse episódio, no mínimo, bom, você não é um verdadeiro fã de Glee. Nesse momento você deve estar se perguntando quem eu penso que eu sou para dizer se você é fã ou não de alguma coisa. Mas mesmo assim eu repito, se você não achou esse episódio, no mínimo, bom, você não é fã de Glee. Analisando o episódio, vocês vão entender porque eu estou afirmando isso.
Em um primeiro momento, tivemos uma enxurrada de recordações, de como tudo começou e como chegou ao que é hoje, com direito a uma nova performance de ‘Sit Down You’re Rocking The Boat’ que atingiu bem no meio da nostalgia, e uma cena épica de Burt dançando ‘Single Ladies’ para Kurt. Um ótimo momento entre uma das melhores duplas de Glee, com Mike O’Malley e Chris Colfer dominando a cena. Depois tivemos ótimos momentos com os ‘formandos’ cantando para os que vão ficar e vice versa, com destaque para ‘You Get What You Give’.
Mas vamos ao que realmente interessa: o que vai ser dos personagens que se formaram?Responder a esta pergunta mostra o que eu mais gostei neste episódio e me fez avalia-lo com uma nota 09 de 10. O que os roteiristas fizeram certamente surpreendeu a todos e gerou a revolta de muitos, pois tivemos muitos cliffhangers e um plot twist de explodir o cérebro de qualquer um.
Começando pela parte que deixou a desejar, temos Mercedes, que apesar de ganhar um destino (Los Angeles, como Backing Vocal e estudando em UCLA, graças ao vídeo de ‘Disco Inferno’ que Sam pôs no Youtube), não teve seu grande momento, o que, apesar de não ser o maior fã da personagem, eu acho que ela merecia. O mesmo vale para Mike Chang (que vai para Chicago). Neste momento ficamos com duas pontas soltas: o que acontecerá com Samcedes e Tike?
E então tivemos Quinn, no auge de sua confiança reestabelecida, determinada a manter contato com os amigos e rumando para YALE, mas sem antes realizar uma última conquista, ajudar Puck em sua prova de Geografia. A cena entre o casal foi ótima e triste ao mesmo tempo, pois apesar de muitos torcerem por Quick desde a primeira temporada, é fácil sabermos que eles não ficarão juntos. Mas o momento serviu para agradar a fãs do casal e dar um empurrãozinho para que Puck pudesse se formar. Destaque para a excelente cena com Sue, uma das mais bonitas despedidas do episódio. Creio que aqui não tivemos nenhuma ponta solta.
Já Santana enfrenta várias dúvidas em relação ao seu futuro. A bolsa de estudos que Brittany e Sue conseguiram não parece ser aquilo que ela realmente quer, sendo Nova York uma possibilidade mais dentro de seus desejos. Mas surge um problema ao perceber que Brittany não vai se formar, deixando mais uma variável em relação ao que decidir. Vale lembrar aqui a boa participação de Gloria Estefan como a mãe de Santana, que deu todo o apoio para qualquer decisão que a filha tomar, seja ir para a Universidade, seja ir para Nova York ou até ficar em Lima com Brittany. E aqui temos a terceira ponta solta.
Kurt, por sua vez, se prepara para a partida, deixando claro para Blaine que não iria esquecê-lo e que estava disposto a manter o relacionamento à distância. O problema é que havia uma pedra no meio do caminho: Kurt não conseguiu entrar na NYADA. Para o choque de TODOS, inclusive meu, o sonho dele foi suspenso ali, com uma rejeição que pegou a todos de surpresa. E aqui começou uma polêmica. Você deve estar gritando neste momento: “Viu! Esse episódio foi uma merda! Como fizeram isso com o Kurt?! Como a Rachel entrou e ele não?!” (Oi? Considerando que Jesse Fucking St. James não entrou, tudo podia acontecer). Eu considero essa reviravolta importantíssima para a série, não pelo personagem não merecer ir para Nova York e para a NYADA (o que eu ainda acho que pode acontecer), mas porque mostra um excelente amadurecimento em termos de roteiro, que mostrou que pode sim surpreender, depois de anos sendo previsível. E aqui vem a quarta ponta solta: o que será de Kurt após esta decepção?
Por fim temos Finchel, que depois de uma cena inútil discutindo cadeiras para o casamento, têm que lidar com Rachel sendo aceita para a NYADA e ele sendo rejeitado pela escola de interpretação (minha vida pela cena daquela audição dele). Ela então decide ficar em Lima, para ajudar as duas pessoas mais importantes para ela, Kurt e Finn, para que no ano seguinte eles possam ir juntos para Nova York. E, antes que alguém diga, não, isso não é Rachel Berry desistindo de seu sonho pelos outros, isso é Rachel Berry se sacrificando para que seu sonho se complete, afinal ir para Nova York com aquelas duas pessoas é o que ela realmente quer. O problema é que Finn não quer que ela se sacrifique assim e acabar armando para que ela vá embora, nos levando ao momento mais tenso do episódio, com o casal ‘rompendo’ e Finn dizendo que vai juntar-se ao exército, buscando resgatar a memória do pai (e porque lá é um dos poucos lugares onde ela poderia segui-lo). E aqui chegamos à quinta, à sexta e à sétima pontas soltas: Rachel vai (conseguir) ficar sozinha em Nova York? E o que será de Finn no exército? E do casal?
E agora você vem jogar na minha cara: “Viu! Como um episódio com tanta coisa deixada em aberto pode ter sido bom?!”. O nome disso é CLIFFHANGER, essas ‘pontas soltas’ são o que vão nos manter ansiosos nos próximos meses esperando pela Quarta Temporada. É óbvio que nós vamos saber o que vai acontecer com Samcedes, Tike, Brittana, Finchel, Klaine e todo mundo. A série não é ruim por deixar coisas em aberto, muito pelo contrário, está sendo coerente ao tentar manter o público interessado, querendo saber o que vem por aí.
E para todos aqueles que reclamam com coisas do tipo ‘Casal A não apareceu tanto’, ‘Kurt não merecia isso!’, ‘Não teve beijo Klaine!’, etc, etc, etc, sem ofensas, mas vamos deixar o egoísmo de lado e para de se preocupar com um só personagem e casal e olhar para o cenário completo e ver como a série evoluiu e aproveitar Glee como um todo. Pra quem odeia Finchel e todo o tempo de cena que eles têm, recomendo que assistam o Piloto de novo, vocês vão ver que desde sempre eles são os protagonistas da série, sempre foi assim, sempre vai ser. Se depois de três temporadas você não se acostumou com isso, sinto muito.
Espero que entendam o que eu quis dizer lá no começo com não ser fã de Glee caso não tenha achado o episódio bom. Se você realmente achou este episódio ruim, espero que não tenha sido pelo que o roteiro fez com seu personagem ou casal favorito, porque se esse foi o motivo, você é fã do personagem ou casal, e não de Glee. Tivemos um desenvolvimento nunca antes visto na série e, apesar de soar repetitivo, espero que todos consigam ver que Glee não é só Finchel, só Klaine, só Brittana, mas sim um conjunto, e que o que vimos nesse Season Finale fez jus ao que a série sempre se propôs a fazer.
Mais uma vez, desculpem se ofendi alguém com esta humilde opinião e desculpem por essa dissertação de mestrado que acabou virando esta review.
P.S.: Outra coisa que me incomodou foi a ausência dos pais da Rachel na formatura. Podiam ter feito um esforço para eles estarem lá.
P.S. 2: Mr. Schue admitindo a chantagem para Finn foi legal de ver.
P.S. 3: Sue Sylvester e Roz Washington juntando forças contra Figgins? Vai ser interessante!
P.S. 4: A cena da formatura, ao som de Glory Days foi bem legal!
Músicas do Episódio:
‘Sit Down You’re Rocking The Boat’ (Guys and Dolls) – Rachel, Artie, Tina, Mercedes e Kurt
‘Forever Young’ (Rod Stewart) – Will Shcuester
‘I’ll Remember’ (Madonna) – Kurt Hummel
‘You Get What You Give’ (New Radicals) – Formandos do New Directions
‘In My Life’ (The Beatles) – Remanescentes do New Directions
‘Glory Days’ (Bruce Springsteen) – Finn e Puck
‘Roots Before Branches’ (Room for Two) – Rachel e Finn
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